sábado, 26 de novembro de 2011

B 613

Aviso a todos que vivo agora no asteroide B 613. Aqui, vivo isolado de tudo e todos, me preocupo apenas com minhas estrelas e elas estão sempre sorrindo pra mim. Aqui nem meus próprios pensamentos me atingem, o espaço e o vácuo me isolam dos meus sentidos, lembranças, memórias e das pessoas. Há tempos já não sei se aqui é frio, não lembro se isso constatei quando cheguei, ou mesmo, como cheguei. Não é muito grande, na verdade, em alguns passos já me encontro no lugar de que saí, mas me conforta e me cabe bem, já que , comigo, não trouxe nada nem ninguém. As coisas todas acontecem de forma mais simples aqui, não há precisão nem motivo para se preocupar, não há trabalho ou horas. O silêncio ainda me incomoda um pouco, cochicho comigo mesmo às vezes, apenas para não ser completamente consumido pelos pensamentos. E os mesmos, se transformaram de análises do passado, em complexas constatações sobre oque é a vida e qual o seu sentido. Do tempo, já nem sei mais, me pergunto até mesmo se ele existe aqui e o único resquício dele são as incontáveis vezes que assisto o sol se mover ao redor do meu pequenino planeta. Pode não parecer, mas aqui sofro muito menos de solidão do que na minha antiga casa, tudo aqui é especificamente singular, não se altera e é único, por isso possui muito mais importância do que todas as outras repetidas coisas que se encontravam na Terra. Além de tudo, aqui é tudo mais fácil de se lidar, precisam de coisas exatas e tudo se mantém , funciona em plena e perfeita harmonia e não me arrancam lágrimas. Não pretendo voltar, mas um abraço àqueles que, de mim, sentirem saudade.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Manual do uso dos sentimentos limitados #1

 Há um tempo atrás, matei todos os meus sonhos, falhas foram todas as tentativas do meu coração. Dizem que o nome para oque senti é tristeza, discordo. As 'pessoas grandes' tem a mania de dar nome a tudo que lhes é desconhecido, ou que lhes façam sentir diferentes em relação às outras, não se deviam dar nome aos sentimentos, são coisas puras demais para serem ditas, ou mesmo expressadas. Os sentimento tem a propriedade que lhes cabe perfeitamente o nome: sentidos.
 A verdade inegável é que todos temos, ou já tivemos, medo dos sentimentos, afinal eles funcionam em perfeita harmonia, mas essa harmonia não é a mesma que os nossos olhos estão acostumados a enxergar. O que causa todo esse medo e muitas vezes a negação é o fato de que eles possuem um ciclo vicioso, contínuo e se precedem.
 Os tais 'sentimentos' são como pequenas caixinhas, simples moldes que não possuem importância. O que faz a caixa especial e diferente de cada uma das outras, é o simples fator de conteúdo, as lembranças, memórias, informações e pessoas que você põe dentro dela são, o que, juntamente a torna especial e singular.
Então tome muito cuidado com suas caixas, não, não é possível que você escolha oque guardar dentro de cada uma delas, isso é uma função que cabe ao coração, mas não fique preocupado em se ter uma caixa que só lhe deixa infeliz, é preciso que haja uma que fique encostada no canto e as vezes te atormente, para que tantas outras te ponham sorrisos no rosto. Afinal, não são os momentos ruins que lhe fazem viver a vida, não é mesmo?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Estático

Hoje, só quero ficar, aqui, estático, deitado,
sentir o peito inchar e se esvaziar.
Escutar lentamente a sua respiração,
que agora é fraca.

O corpo e suas articulações, veias
 e sangue, que nelas ocupam,
ainda são saudáveis.

A mente ainda funciona,
para quase tudo pelo menos.
A minha insanidade, que tanto me faz bem,
está mantida. E os ossos a resistem bem..

Mas, o coração...
queria mais era deitar no teu canto
e descansar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O príncipe e o mar

O brilho dela era tão suave e ele dizia de coração, nunca olhara para olhos daquele, o mais perto que chegara daquela cor eram as ondas do mar. Lhe agradava ficar perto dela, se sentia bem. A areia o provocava gentilmente e um calor que há tempo não sentia, aliás, sentiam lhes invadiu. Percebeu que não brincara fazia tempo e gostava de se sentir daquela maneira.
As vestes lhe foram ao chão e com pouca roupa no corpo se atirou ao mar. Um sorriso lhe tomou conta do rosto quando vera, que diferente de outros, era aquele um mar muito engraçado, muito quente, trazia uma calma e a cada onda um acumulo de esperança.
_Ah! a água é tão boa! Vem logo!_ Gritou .Mas ela não sairia dali, sabia que não, era natural ele entendia sua rosa e ela o entendia.