quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Epifanicamente

 Vendo o luar embaçado, epifanicamente imaginando, a mesma mesa servindo da lua um pouco da sua luz, duas garrafas de um bom Whisky encostadas ao canto, alguns copos sobre a mesa, lá dentro o barulho agudo de vozes de crianças, o som do violão abafado pelas risadas, feições diferentes, mas os mesmo rostos, cultivadas as gargalhadas e os sorrisos. Sustentados pela riqueza da vida que , pra nós, passa devagar , devagar ...
 Os rostos se envelheceram, os corpos se envelheceram, a alma não. Ainda são jovens nossos olhos, ainda somos uma dúzia de moleques gargalhando da comodidade da vida alheia, a qual nunca nos entregamos.
Os olhares são como fontes da juventude e durante nossos momentos de paz o tempo não passa, somos intactos à calamidade do envelhecimento por cinco ou seis horas, mesmo depois de tanto já passado.
 Os gritos insinuantes de felicidade não deixam espaço para reflexão, mas há o consenso no ar, foi escolhido o caminho desejado, foram feitas as escolhas certas, foram vividas as esperanças que tínhamos no livro singular apossado no âmbito da vida, aprimoramos cada alma com sua devida singularidade e vivemos espontaneamente todas as vezes em que o sol raiava na longa encosta da serra. Trilhamos o caminho que queríamos, vivemos a vida do jeitinho que tinha que ser, do 'nosso' jeitinho.
 Um brinde a toda amizade rara!

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