quinta-feira, 19 de maio de 2011
Tenta levantar...
mas não acha as forças que costumavam habitar suas veias, que agora levam um sangue quente ao coração solitário, fraco e debilitado. Ergue os olhos mas, as pálpebras não possuem as forças para se erguerem e mostrar o sol que brilha fraco sobre seus olhos alagados, vermelhos e vazios. Os ombros parecem pesar o dobro do normal, mas nada daquilo é normal, o rosto dependente de sorrisos não brilha mais com a felicidade rotineira, ou qualquer outro prazer comum. As mãos trêmulas lembram seu toque macio e no nariz parece impregnado seu cheiro doce. O peito dói, dói demais para as forças que tem, como se algo puxasse todo seu corpo para dentro e agulhas espetassem-no de dentro pra fora, a pele queima fria e ácidos parecem impregnados em seus olhos. Quer soltar um grito agonizante, expressar toda dor contida, e esquecer o sentimento de vazio, quer que os outro o vejam, quer um longo abraço, deixar um ombro amigo molhado em lágrimas alguém que o entenda, e que nenhuma palavra seja dita. Percebe o toque feminino em seu ombro, não é ela, ele saberia. Cochicha palavras sabias, sabias demais para alguém tão jovem e por um segundo, um mísero segundo breve, ele entende sua dor, ou mais, sua força, constante e imensa. Se livra do sentimento de vazio e a puxa num abraço grande, não pelo tempo, mas por seu tamanho, como abraçar um gigante, um pequeno gigante que dele sabe tanto, sem saber nada. Obrigado.
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